Nerdaiada, os créditos do longa de estreia do cineasta Tim Miller já apontam o tom de galhofa que embala Deadpool, quando destaca que o filme terá “a gostosa de plantão”, “o vilão britânico” e o “cara que tá-se-achando”. Especialista em efeitos especiais de games e criador do conceito da abertura do longa Thor: O mundo sombrio, o diretor Tim Miller entende do riscado, quando investe em ação e impacto visual. Quem dá liga à trama da fita em cartaz nos cinemas brasileiros é a mesma dupla de roteiristas de Zumbilândia: Rhett Reese e Paul Wernick.
Afundado no que ele chama de “mar de m.”, sinônimo para câncer em estágio terminal, o ex-militar que tem por apelido Mercenário Tagarela no filme (tal qual nos quadrinhos da Marvel), avança para um futuro de cura. Mas, com poder de regeneração aos moldes dos de Wolverine (com quem Deadpool já apareceu em X-Men origens: Wolverine), Wade Wilson, uma identidade nada secreta para Deadpool, terá cavalar dose de sofrimento, diante da completa deformação do rosto e de regulares sessões de tortura.
Pouco a pouco, Wilson interpretado por Ryan Reynolds, o ator de Lanterna Verde elabora o plano de vingança contra alguns malfeitores, entre os quais Ajax, papel a cargo do ator Ed Skrein (de Carga explosiva: O legado) e a comparsa Pó de Anjo (vivida por Gina Carano).
Numa velocidade de ação que lembra o intrigante O procurado (2008), Deadpool vem regado de muito sarcasmo, uma cortesia recorrente do protagonista, além de ridicularizar, em muitos momentos, a participação no longa de dois integrantes dos X-Men: Colossus (computação gráfica com o rosto de Greg LaSalle) e Míssil Adolescente Megassônico (a quase estreante Brianna Hildebrand, aos 19 anos).
Muita intimidade
Bastante íntimo dos espectadores, com os quais mantém diálogo direto junto à câmera, Deadpool não hesita em tirar a cueca branca para improvisar uma bandeira de pedido de “paz”. Inesperadas também são as cenas ao lado da brasileira Morena Baccarin, que interpreta a ex-prostituta Vanessa, mais do que um cacho de Wade Wilson.
Para se ter ideia das estripulias do casal, basta dizer que ele celebra o Dia Internacional da Mulher com a descolada parceira munida de cinta com prótese.
Alinhado com uma visão progressista, o Ministério da Justiça brasileiro estabeleceu a classificação indicativa do filme restritiva para menores de 16 anos.
Já nos Estados Unidos houve maior restrição de censura. Ferimentos bem aparentes, como um afundamento de acendedor de cigarro em um corpo, uma faca cravada no cérebro, junto a piadas com drogas, desencorajam a recomendação para o público mais novo. A sequência de Deadpool foi confirmada, mas sem data de estreia. Será mantida a mesma equipe da aventura já em cartaz no Brasil.
Mais aventuras do anti-herói
O personagem interpretado por Ryan Reynolds no cinema surgiu em 1991, nas histórias em quadrinhos criadas por Rob Liefeld e Fabian Niciesa. Ele era vilão da série Os Fabulosos X-Men. Para chegar à telona, o filme solo levou sete anos. Aproveitando a expectativa do público em torno do personagem nos cinemas, a editora Nova Século, responsável por livros de ficção com histórias inéditas da Marvel, lançou neste mês a obra Deadpool: Dog park, que pretende agradar aos fãs do herói e ainda conquistar o público que não é familiarizado com o personagem.
“Os livros têm essa vantagem de ter uma história completa, pensada para quem está entrando em contato com aquele universo pela primeira vez”, analisa o tradutor Caio Pereira.
O romance, escrito por Stefan Petrucha (responsável por HQs do Arquivo X e Beowulf) e traduzido por Caio Pereira, apresenta o mercenário Wade Wilson em uma missão da S.H.I.E.L.D (órgão secreto fictício do universo Marvel) para salvar a humanidade dos ataques de filhotes de cachorros que se transformam em monstros gigantes.
O livro mantém as principais características do anti-herói nas HQs e também na versão cinematográfica, o humor ácido e a quebra da quarta parede, com o constante diálogo do personagem com o espectador.
“O maior desafio é, ao mesmo tempo, um dos aspectos mais legais do livro: o próprio Deadpool narra a história. Então, o leitor fica o tempo todo dentro da cabeça dele, lendo todos aqueles comentários malucos e as divagações nada a ver típicas do cara. O complicado para o meu lado foi o fato dele inventar palavras, fazer referências à cultura norte-americana e usar expressões que não têm correlato no português”, explica Caio Pereira. Como no filme, em Deadpool: Dog park, Wilson contará com uma “participação especial”, mas dessa vez não é de Colossus. É o Homem-Aranha quem dá o ar da graça no livro.
Deadpool: Dog park
De Stefan Petrucha. Tradução de Caio Pereira. Novo Século, 288 páginas.
Preço: R$ 39,90.
Fonte:Tribogamer
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